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terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Chili Con Carne!

É uma das minhas comidas comfort preferidas. Adoro comida mexicana em geral, mas uma cumbuquinha de chili quentinho e apimentadinho me enlouquece. Pode o tempo estar frio ou quente. O chili con carne é um cozido de carne com pimentas (chili é um tipo de pimenta!) bem temperado e que contém também tomate e feijão. É... o seu pensamento está correto. Não tem como não ficar bom.

Red Hot Chili Pepper

Apesar de tudo, dizem até que o chili nem é comida mexicana e sim americana, mais precisamente inventada no Texas (San Antonio). Em 1959 foi publicado um Dicionario de Mejicanismos onde se lê que o chili é uma comida detestável (!), que se passa por mexicana, vendida do Texas até Nova Iorque. Mas como não sei se é verdade mesmo, fica como uma curiosidade!! Além disso, esse prato se tornou comum nessa região principalmente porque era acessível para as pessoas mais pobres que podiam acrescentar pimentas e feijões à pouca carne e tornar o prato, assim, mais substancioso. Maior notoriedade ainda o chili adquiriu lá pelos anos de 1880 quando tropas espanholas invadiram e acamparam em San Antonio. Muitas mulheres latinas preparavam o chili em casa para vender aos soldados ficando conhecidas assim como Chili Queens (fico imaginando algo parecido como as baianas do acarajé). Mais informações e literatura sobre a história do chili você pode encontrar neste site.

Foto by VECB

E sobre a pimenta, quer saber mais? É o tempero mais cultivado do mundo e a substância responsável pelo ardor, a capsaicina é responsável por proteger as sementes do fruto. Por isso sempre vem a dica para deixá-la um pouco mais fraca: retire as sementes e o tecido branco interno que as reveste! O mais engraçado é que a capsaicina é uma arma anti mamíferos! Os pássaros parecem ser "imunes" à capsaicina, ou seja, podem comer e espalhar as sementes à vontade! A pimenta vermelha é consumida 20 vezes mais do que o tempero segundo colocado: a pimenta-do-reino preta e, sim, o México é o maior produtor.

A capsaicina não parece aumentar os riscos de doenças do estômago e agem na regulação da temperatura do nosso corpo, fazendo-nos parecer mais quentes do que realmente estamos e induzindo o organismo a ativar seus mecanismos de resfriamento (sudorese, aumento da circulação periférica). Não é à toa (pode reparar) que os lugares que mais consomem pimenta são aqueles mais quentes! Vai um acarajé aí (desculpem a fixação pelo acarajé em pleno post de chili!). Além disso a capsaicina faz com que nosso metabolismo aumente, fazendo nosso corpo consumir mais gordura e também dispara sinais de satisfação em nosso cérebro, nos fazendo comer menos!



Quer se livrar do ardor provocado pela pimenta? Coma arroz ou pão, que são sólidos e provocam atrito com os receptores da língua. Ou calma. Em geral o efeito da pimenta não costuma durar mais do que 15 minutos!

Chili con Carne

Foto by VECB


Essa receita eu peguei e adaptei do ótimo site Use Real Butter!

500g de carne moída da sua preferência (as que eu gosto mais são capa de filé e alcatra)
1 cebola grande picada
4 dentes de alho picadinhos
1/2 pimentão verde em quadradinhos (opcional)
2 colheres de sopa de azeite
700g de tomates maduros picados
2 cubos de caldo de carne
1 garrafa de cerveja escuro sabor chocolate (sim, isso faz diferença! se quiser acrescente ainda um pouco de cacau em pó, uma 1/2 colher de sopa. Eu não acrescentei e me arrependi. Se você gosta de uma sabor mais suave, põe só a cerveja sabor chocolate mesmo).
1/2 colher de sopa de pimenta chili ou caiena em pó
1/2 colher de sopa de cominho em pó (a parte dos temperos é a mais legal - eu coloquei pimenta caiena - que foi a que eu achei, chili é mais difícil - e cominho. Mas use o que tiver, ou se tiver tempero pronto para comida mexicana. O tempero é que vai personalizar seu chili!)
Sal a gosto
2 latas de kidney beans (feijões mexicanos). Esse é bem díficil de achar, o que eu faço é cozinhar um pouco de feijão preto e adicionar ao chili à gosto.

Refogue a carne moída em fogo alto e reserve. Aqueça o azeite e doure a cebola, o pimentão e o alho. Acrescente a carne, o caldo de carne e os tomates. Refogue até que os tomates comecem a desmanchar. Junte a cerveja e os temperos e cozinhe o chili com a panela tampada por 1 hora. Depois de passada meia hora, acrescente o feijão cozido. Sirva quente com fatias de avocado, creme azedo ou queijo ralado. Ou tudo isso junto!



terça-feira, 19 de novembro de 2013

Quando Você Pode Esquecer Sua Comida no Forno!

        É ótimo poder saber do que é feito e como reage aquilo que cozinhamos. Dessa forma podemos adicionar novos componentes e fazer novas combinações esperando alcançar o máximo em sabor e textura.

        O físico Benjamin Thompson (Conde Rumford), bastante conhecido por seus trabalhos em termodinâmica, também pode ser considerado o "inventor" do fogão (meados de 1750). Até então as carnes eram assadas em espetos sobre o fogo. Simples (?) assim. Mas ao cozinhar sua carne em seu assador de batatas, sob temperaturas bem menores do que o do fogo direto, ele percebeu que baixas temperaturas davam melhores resultados em termos de textura e que aquela bela perna de cabrito ficava muito mais suculenta. Talvez esse possa ser considerado, inclusive, o primeiro experimento científico, controlado, com comida!

Fogão de Rumford (fonte: hearthcook.com)


       Mas é claro que o seu ponto de vista tinha que ser provado! E durante uma festa (belo jeito de provar um ponto) ele preparou as pernas de cabrito num canto da casa, assados sobre o fogo direto e, no outro canto da casa, ele fez as pernas de cabrito em seu assador de batatas, sob baixa temperatura. No final ele esperava ver em qual canto da casa havia sobrado mais carne. E qual não foi a surpresa quando ele percebeu que sobrou bem mais carne assada no canto do assador de batatas... Moral da história: você pode ser um ótimo cientista de renome e ainda assim estragar tudo!


Perna de Cabrito (fonte: http://chestofbooks.com)


      De fato, assar a carne sob baixas temperaturas, por mais tempo, oferece uma carne bem suculenta e macia. Isso porque as enzimas responsáveis por deixar a carne mais molinha continuam atuando por mais tempo, já que a temperatura no interior da carne continua mais baixa, por mais tempo!

      E quais são essas enzimas? Uma delas é a calpaína que enfraquece as proteínas de suporte que mantêm os filamentos de contração do músculo no lugar. Ou seja... temperaturas abaixo de 40oC, enzimas mais ativas, proteínas de suporte mais fracas, carne mais macia! Outras enzimas importantes neste processo são as catepsinas, que também atuam sobre os filamentos de contração muscular e as moléculas de suporte, quebrando-as. Além disso essa enzima também enfraquece o colágeno no tecido conectivo, dissolvendo-o em gelatina durante o cozimento, fazendo a carne ficar mais macia e suculenta. Este processo enfraquece a pressão de esmagamento que o tecido conectivo exerce durante o aquecimento, conservando a umidade (as moléculas de água) no interior da carne.

      Bom, mas por que então as pessoas ainda preferiram a carne assada no fogo direto? Porque após assar a perna de cabrito em baixa temperatura, Benjamin deveria ter submetido a carne (mesmo que por um período menor de tempo) à alta temperatura para que a carne tostasse, adquirisse aquela cor bronze que deixa a superfície crocante e deliciosa!!! Mas isso é assunto para outro post... =)


Churrasquinho Delícia!


      


         

sábado, 2 de novembro de 2013

A Gastronomia Molecular e Como Será a Comida de Amanhã?

A gastronomia molecular é uma tendência. Não é à toa que os famosos chefs que baseiam sua cozinha neste tipo de gastronomia aparecem sempre nos primeiros lugares dos afamados rankings. E aqui no Brasil não é muito diferente, como é o caso do Alex Atala. Entre os top 10 do mundo! E muita gente torce o nariz quando houve falar nesta expressão. Mas será que essa tendência é feita apenas de espuminhas, nitrogênio líquido e gelatinas ou será que pode nos ajudar a entender melhor o jeito como preparamos nossos alimentos e o que acontece nesse momento?



Restaurante D.O.M. do chef brasileiro Alex Atala. Eleito o 6o. melhor restaurante do mundo em 2013 pela revista inglesa Restaurant.

Apesar de a ciência dos alimentos não ser uma novidade, a verdade é que continuamos cozinhando alimentos básicos como tomate e batata do mesmo jeito que as pessoas já cozinhavam centenas de anos atrás. Mas, então, o que está faltando? Será que falta algum tipo de entendimento, de conhecimento, além do simples preparo e, se sim, é a gastronomia molecular que pode suprir essa necessidade até na minha, na sua, na nossa cozinha? Esse trend se aplica a nós? Vai mudar o jeito como nos alimentamos?


                  O “molecular” da gastronomia molecular tem a mesma definição do “molecular” para a biologia molecular. A física e química são o centro desse conhecimento e esse entendimento pode mudar o jeito que você cozinha. Ou não? Vejamos.


Em 1783, Antoine Lavoisier, considerado pai da química moderna, estudou e publicou seus experimentos sobre a preparação de caldo de carne. Exato, caldo de carne! Em seus estudos ele procurou avaliar a qualidade do caldo de carne a partir de sua densidade. Na mesma publicação – e o que eu acho o mais importante desta discussão – ele ponderou: “Não importa se você considerar o mais familiar dos objetos, as coisas mais simples, é impossível não ser surpreendido em ver como as ideias são vagas e incertas, e como, como conseqüência, é importante fixá-las por experimentos e fatos”. Você sabe cozinhar, ok. Mas você sabe realmente o que está fazendo?

Análise da preparação do caldo de carne (massa x tempo) a partir da água fria e água quente.
Cansados de ouvir falar em lendas culinárias e cansados do – mesmo – jeito que as pessoas continuavam cozinhando, em 1995, o vencedor do prêmio Nobel de Química, Jean-Marie Lehn e o físico-químico Hervè This criaram o primeiro grupo de gastronomia molecular, na França, justamente para começar a entender os fenômenos culinários.

Por exemplo, se você pega uma receita que diz: “Adicione um pouco de vinagre à água do cozimento do ovo e assim ele não irá se romper”. Você vai fazer isso? Isso está correto? Nós podemos usar as ferramentas da biologia, da química e da física para responder à essa questão. O conhecimento gerado vai servir para corrigir possíveis erros, melhorar o processo de cozimento ou gerar novos pratos e modos de preparação.

                  Esse texto soa muito “frio” pra você? OK. É inquestionável o papel da “arte” e do “amor” no preparo dos alimentos. E, talvez, a ciência seja incapaz de um dia explicar totalmente o papel destes elementos, mas pode ajudar! Por exemplo, a biologia evolutiva pode contribuir com o conhecimento a respeito do comportamento humano associado ao hábito de cozinhar seus alimentos .

                  De qualquer forma esses dois componentes são essenciais para o principal motivo de se cozinhar: deliciar seus convidados!


Fontes –
This, H. Food for Tomorrow? EMBO reports, 2006.
This, H., et al. Lavoisier and Meat Stock. Comptes Rendus Chimie, 2006.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Mac&Cheese! E o tipo do presente que eu amo ganhar!

"In a country called Bengodi... there was a mountain made entirely of grated Parmesan cheese, on which lived people who did nothing but make macaroni and ravioli and cook then in capon broth. And then they threw them down, and the more of them you took, the more you had. And nearby ran a rivulet of white wine whose better was never drunk, and without a drop of water in it."
                                                  - Decameron, Day 8, Tale 3.

Hum, me pareceu uma boa ideia de paraíso para mim... Se for endless Mac&Cheese então, melhor ainda... Como não amar uma cumbuquinha cheia de macarrão e queijo borbulhando?

Como já era de se esperar o macarrão com queijo surgiu na Itália, por volta do século 13. Nos EUA a receita se tornou popular por causa de Thomas Jefferson, que foi para a Itália e, claro, adorou a receita! Isso por volta de 1800. Tornou-se ainda mais popular depois que a Kraft, em 1937 (no final da grande depressão) lançou o Mac&Cheese Dinner. Um jeito fácil, rápido e barato de alimentar a família. E é desse presente que eu estou falando (obrigada Ane!):


Bom, essa receita eu peguei no site Gastrolândia, que por sua vez pegou a receita com um chef que tem o melhor conjunto de restaurantes em Sampa: Benny Novak. Pode escolher: 210 dinner (meu preferido, de onde vem a receita), Tappo Trattoria e Ici Bistrô.

Mac and Cheese:

200g de macarrão em espiral ou caracol
Molho mornay (receita abaixo)
100g de cogumelos paris cortados em quatro e refogados em 1/2 colher de sopa de manteiga (da boa por favor)
1/4 de xícara de farinha Panko (aquela japonesa, para empanar).  Na falta use farelo de pão.
1 xícara de queijo cheddar ralado (eu sei, é difícil achar. Na falta use o ementhal aqui e troque o ementhal da receita por queijo fundido em pedacinhos. Entendeu?).

Molho:

3 colheres de sopa de manteiga
3 colheres de sopa não muito cheias de farinha de trigo
500ml de leite
250ml de creme de leite fresco
100g de queijo ementhal ralado grosso
1/2 cebola cortada no meio e grelhada
1 folha de louro
Pimenta do reino ralada na hora
Noz moscada ralada na hora

Em uma panela, em fogo baixo, derreta a manteiga e doure a farinha por uns 4 minutos. Ela vai ficar meio marronzinha. Adicione o leite e o creme de leite mexendo com um fouet (batedor de claras). Adicione o louro, a pimenta do reino e a cebola. A cebola eu deixo grelhando, partida ao meio, no George Foreman. Mas uma boa frigideira para grelhar funciona bem também.

Cebola grelhada delícia!

 Deixe cozinhar por 15 minutos, mexendo de vez em quando, tomando cuidado para não empelotar. Coe e adicione o queijo ementhal ralado. Cozinhe o macarrão em água fervente e sal até ficar al dente. Em um refratário misture o macarrão, o molho e os cogumelos. Misture o cheddar à farinha, jogue por cima e leve ao forno alto para gratinar. E, pronto, a partir daí a vida muda e fica muito mais feliz!



Bem mais feliz!







sábado, 22 de junho de 2013

Farofa de Manteiga e Mandioquinha

Ou batata-baroa, ou batata salsa... tanto faz! Quer chamar pelo nome científico? Chame-a de Arracacia xanthorhyza. Aliás, é como a mandioquinha se chama nos EUA - arracacha. Essa raíz tuberosa não é muito conhecida fora das Américas, tendo se originado no Andes (Equador e Peru). É da mesma família (Apiaceae) da.... adivinha?....da cenoura! E também da salsa, coentro...

As raízes tuberosas são órgãos subterrâneos especializados no armazenamento de nutrientes, principalmente amido produzido a partir da glicose produzida na fotossíntese, e por isso ficam tão dilatadas.

Imagem da Internet

Dessa forma são grande fonte de alimento para nós também. E não é de hoje. Recentemente um artigo científico na conceituada revista Nature Genetics defende que nós humanos somos mais eficientes do que os demais primatas na digestão do amido. Isso gera grande quantidade de calorias para alimentar nosso enorme cérebro... E, assim, ganhamos uma enorme vantagem evolutiva!

Outro dado interessante: comparativamente a mandioquinha possui mais amido armazenado do que a cenoura. E o amido absorve água das células quando cozido. É por isso que quando cozinhamos a mandioquinha ela fica quebradiça e mais "seca" do que a cenoura, que continua lá, bem úmida.

Essas raízes proporcionam também um dos melhores pequenos prazeres da vida que é arrancá-los da terra quando já estão bons... que delícia!

Agora uma informação de mesa de bar: tuber é uma palavra com origem no latim e quer dizer inchaço.


Farofa de Manteiga e Mandioquinha

Farofa, arroz e picadinho de filé.

75ml de azeite (umas 4 colheres de sopa)
1 cebola cortada em rodelas finas
2 dentes de alho picado
6 cebolinhas verdes picadas (separe a parte branca da verde)
1 xic e meia de farinha de mandioca
1 omelete de 2 ovos picado (opcional)
1 xícara de chá de mandioquinha cozida e cortada em cubos (cuidade para não cozinhar demais)
50g de manteiga
Sal e pimenta do reino

Numa frigideira grande aqueça 2 colheres de sopa de azeite. Refogue a cebola, adicione o alho e a parte branca da cebolinha em rodelinhas. Refogue mais um pouco e adicione a farinha. Misture bem e adicione os ovos e a mandioquinha. Tempere com sal e pimenta e deixe por alguns minutos em fogo baixo, mexendo seguidamente até a farinha absorver os temperos. Apague o fogo e junte o azeite restante e a manteiga. Vá controlando a quantidade de manteiga. A farofa deve ficar úmida, mas não a deixe muito engordurada. Polvilhe a parte verde da cebolinha picada e sirva!! Na foto, uma sugestão: com arroz e picadinho! Mas também é um ótimo acompanhamento para qualquer assado!


sábado, 1 de junho de 2013

Ping Pong

Paciência... Essa é uma palavra que define a experiência no Ping Pong.

A ideia é ótima! Um restaurante de dim sum, aqueles pasteizinhos chineses recheados, que podem vir assados, no vapor ou fritos. Ou seja, acompanhado das muitas variedades de chá ou outras bebidas, os bolinhos vão que vão fáceis. Os que são feitos no vapor são os que causam mais controvérsias por causa da textura da massa. Eu gostei, é levinha, nada engordurada, úmida, mas pode causar estranheza ela ser meio molenguinha, meio pegajosa...rs

Dim Sum - os dumplings (bolinhos) chineses. Estes no vapor. Camarão com cebolinha e vieira com camarão.

Além disso é superdivertido por causa dos inúmeros recheios. Dá vontade de provar todos!

Mas... paciência! O atendimento não dá aqueeeela atenção e muitos (digo, muitos) ítens do cardápio estavam faltando...

Pedi um chá daqueles que vai uma florzona dentro, que vai abrindo com a água quente. Eles têm uns 4 tipos... No dia não havia nenhum!

Rolinho frito de pato com molhinho inspiradíssmo: o vencedor da noite! Pedimos ainda um pãozinho chinês de pernil e uma tijelinha de arroz de inspiração thai com legumes e frango. O pãozinho também estava ótimo!


O garçom foi logo avisando sobre os dumplings em falta... E não eram só os bolinhos que estavam em falta, até a salada estava em falta. E nós pedimos que ele nos garantisse que mais nenhum além daqueles  estivesse faltando pois iríamos optar pelo rodízio (77,00/pessoa) e não queríamos nenhuma surpresa... Pois bem... no meio do jantar pedimos um outro bolinho que estava em falta e o garçom não havia nos falado. Pior, nem trouxeram e nem avisaram que não iriam trazer!

Molhinhos apimentados para acompanhar e shoyu.

Bebidas demoravam uma eternidade...

Mas o Ping Pong tem suas qualidades... a comida é bem feita, passa-se momentos agradáveis "petiscando", e o ambiente é bem legal, com plantas nas paredes e você vê as pilhas de panelinhas de vapor sendo preparadas!

A foto não ficou boa, mas o ambiente é bem legal!

Peça o rodízio se você estiver com fome. Os bolinhos vêm em trio, não são tãaao pequenos, e custam entre 14,50 e 15,50 cada porção. Ou seja, para pagar 77,00 no rodízio, tem que estar afim de comer. Existem outros combinados por um preço mais camarada...

É pra ir? É! É um lugar diferente, descolado e a comida é ótima! Mas, em tempos de 1/3 do cardápio faltando, evite o rodízio.


Ping Pong
Rua Lopes Neto, 15
Itaim - SP
11 3078 5808


domingo, 7 de abril de 2013

Bolo Escuro de Cenoura - e uma cobertura delícia de Cream Cheese!


Foto by VECB.

Vou começar logo dando os créditos dessa empreitada! A receita do bolo eu tirei do ótimo livro do Gordon Ramsay (sim, sim, aquele chef briguento), o Segredos de Gordon Ramsay (link do título na livraria aqui). Um livro ótimo, com receitas fáceis e mega explicadas. E a cobertura / recheio de cream cheese eu tirei do ótimo blog do David Lebovitz.

Mas aaaantes, claro, vamos falar um pouquinho da dona cenoura, pertencente à família das Apiáceas. A parte alaranjada, que nós comemos, é a raíz da planta, acumuladora de nutrientes. Aliás, o modo como o nutriente é acumulado é variado. Na cenoura, esse acúmulo se forma em torno daquele core central, que é menos saboroso. Já na beterraba, ele se forma por camadas de acúmulo e tecido vascular.

Raizinha delícia!


O que dá a cor alaranjada à cenoura é o beta-caroteno, precursor da vitamina A. Ainda, os carotenóides têm esse nome justamente pois foram químicamente isolados pela primeira vez das cenouras (carrots). Esses pigmentos absorvem luz azul e verde e são responsáveis pela maior parte das cores amarelas e laranjas em frutas e vegetais.

Molécula de Beta Caroteno. Grande e estável.


A molécula carotenóide é bastante estável e, por isso, a cenourinha continua lá laranjinha mesmo depois de cozida. O maior papel do carotenóide, para a planta, é manter seu sistema de fotossíntese protegido! Eles absorvem os comprimentos de onda danosos e agem como antioxidantes absorvendo moléculas de alta energia liberadas durante o processo de fotossíntese. E eles podem fazer o mesmo no corpo humano, especialmente nos olhos!

Existem cenouras de várias cores e a mais conhecida é a laranja, que foi desenvolvida como uma homenagem ao Rei da Holanda na época Guilherme I de Orange (laranja)

Colheita de cenoura!
Originária do Afeganistão, no início a cenoura era cultivada por suas folhas e sementes, bastante aromáticos. A raíz era amarga e o centro (core) era bastante lenhoso. Algumas plantas relacionadas à cenoura ainda são, até hoje, cultivadas para esse fim, caso do dill, do cominho, da erva-doce...


Mas, vamos lá... À receita!

200g de farinha de trigo integral
1 colher de sopa de temperos diversos (noz-moscada ralada, gengibre em pó, canela, cravo em pó, ou o que mais você tiver em casa... Eu usei o Apple Pie da Bombay).
1 colher de chá de bicarbonato de sódio
225g de cenouras
250g de açúcar mascavo
150ml de óleo
Raspas de uma laranja grande
2 ovos
110g de uvas passas brancas
50g de coco seco ralado
50g de amêndoas picadas ou laminadas
suco de 1/2 laranja grande
1 colher de sopa de limão

Cobertura (frosting)

450g de cream cheese em temperatura ambiente
100g de manteiga sem sal em temperatura ambiente
150g de açúcar de confeiteiro



 Bolo

Preaqueça o forno em temperatura média. Peneire juntos a farinha, os temperos e o bicarbonato. Não precisa descartar os carocinhos, pode por de volta de novo. Lave bem e rale as cenouras no ralo grosso. Você vai ter uns 200g no final. Bata 175g de açúcar com o óleo, na batedeira, até ter um mistura uniforme. Adicione os ovos um a um e bata até o creme ficar leve e cremoso. Misture muito bem com a farinha peneirada e com a cenoura. Acrescente a uva-passa, o coco e as amêndoas. Essa parte é a mais legal. Parece que tá rolando um festa e os convidados mais divertido chegaram!

Despeje tudo numa forma untada e enfarinhada. Para você pensar no tamanho da forma, saiba que o bolo não vai crescer! Só vai dar uma estufadinha. Leve ao forno por 40 minutos, mais ou menos.
Pra saber se está pronto, é so enfiar a faca no centro e ver se ela sai limpa!

Caldinha: aqueça o suco de laranja, o resto do açúcar e o suco de limão até dissolver o açúcar. Depois de o bolo pronto, desenforme, faça uns furos na superfície e regue com a calda. Deixe o bolo esfriar total e completamente antes de recheá-lo!

Cobertura
Bata todos os ingredientes juntos e use!

Mais créditos
Fora a primeira foto que fui eu que tirei (VECB), as demais são do mega útil site Science Photo Library.
Informações importantes deste post foram retiradas do ótimo livro On Food and Cooking (Harold McGee).

Enjoy!



sábado, 9 de março de 2013

CheeseCake Factory Miami!

E não é que eu gostei de Miami de verdade? Achei a cidade muito bonita e bem agitada! Não é brega como eu imaginava que fosse!

Além disso tem uns restaurantezinhos bem bons. Tá certo que o CheeseCake Factory, além de ser o emprego da Penny, é meio que uma rede de restaurantes, mas que tem comida boa além dos deliciosos afamados cheesecakes - minha sobremesa favorita diga-se de passagem.

Nós fomos na unidade do Mall at Millenia, shoppinzão de descontos. Sim, me rendi a isso também nos EUA, as compras! E agora não consigo comprar mais nada aqui no Brasil. Ô lugar caro!

Bom, resumindo a comida do CF é justa. Comida fresca, não tão beeeem preparada assim, mas saborosa. Voltaria com certeza! E o cheesecake, bem, esse é perfeito!


O Vinícius pediu esse mega hambúrguer com cebola e cogumelos e mais uma saladinha. Muito saboroso, mas a carne veio bem passada, pra desespero dele! Eu disse que a coisa não era lá muto beeem feita...rs


Eu pedi essas enchiladas de frango com salsa de milho e estavam bem gostosinhas, molhinho bom e picante na medida! Fiquei feliz!

E - tcham tcham tcham! - o incontornável cheesecake! Neste caso pedi o de Red Velvet, que é outra coisa que eu queria muito provar!

Nada mais é do que uma massa vermelha escura úmida e meio pegajosa (no bom sentido!) entre camadas de creme de queijo e de chocolate branco. Perfeito! E o pedaço é bem gigante! Nem me lembro quanto foi a brincadeira. Mas lembro que achei o preço justo, não foi nada absurdo não. No site você ainda encontra o menú, inclusive com uma parte só de opções mais lights, e lá você pode ainda encontrar as lojas espalhadas pelos EUA. Enjoy!

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Confit de Tomate!

Desde os tempos remotos os cozinheiros da Asia e Europa Central já sabiam que cobrir carne cozida com uma camada de gordura ajudava a preservá-las. Por que? Ora, porque a gordura impede o contato da carne com o oxigênio, o que evita a proliferação de bactérias!

Até hoje em dia o Confit de Canard é um prato chiquezinho na França. Mesmo no interior do Brasil ficou famoso o porco na lata, que nada mais são do que saborosos pedaços de porco cozidos ou assados mantidos sob a gordura solidificada, dentro de uma lata! Minha vó fazia! O povo do interior era chique e não sabia! O porco na lata virou até modinha entre os chefs estrelados da capital (Dalva e Dito?). Sim, porque depois da grande invenção chamada geladeira, o que ficou mesmo foi o interesse pelo mega sabor desse tipo de preparação! Sim, porque o preparo sempre envolve cozimento lento e conservação em gordura!


A origem do nome confit vem do Francês confire que, por sua vez, vem do latim Conficere, ou seja, fazer, preparar, produzir. Foi primeiramente usada para designar frutas cozidas em açúcar ou mel (confiture), depois vegetais e depois para carnes. Hoje em dia designa o alimento que foi preparado lentamente, coberto por gordura e todo o sabor e maciez que vem daí e de dias ou meses de conservação!

A receitinha de hoje é de confit de tomate. Como todo confit não deixe os tomates fritarem! Eu tive que fazer no forno por exemplo, na temperatura mais baixa. As bocas do meu fogão fritam, não tem jeito...

Esse receita é perfeita pra servir de entrada, com pães, queijos, frios... E com o que você quiser, pois combina com tudo!

Confit de Tomate

500g de tomates pequenos (cereja, sweet grape, pera)
Azeite o quanto baste para cobri-los
1 colher de café rasa de sal (ou moído na hora)
2 dentes de alho descascados e fatiados
1 punhado de ervas desidratadas (a que tiver disponível)
Pimenta do reino moída na hora

Lave e seque os tomates. Coloque os tomates forrando o fundo de uma assadeira ou panela que possa ir ao forno. Adicione os demais ingredientes e cubra com o azeite. Ligue o forno na temperatura mais baixa e mexa o confit com cuidado de vez em quando. Leva mais ou menos uma hora e meia para ficar no ponto certo, ou seja, os tomates continuam inteirinhos, gorduchinhos, mas com a casca já enrugando! Assim ó:

Foto by VECB.

Pode servir imediatamente, depois de esfriar um pouco ou guardar em potes com tampas, esterilizados com água fervente. "Dura" umas duas semanas na geladeira.

Minhas fontes: On Food and Cooking - Harold McGee e o ótimo blog Figos e Funghis.